Dois anos se passam. A brisa calma visita as casas
de pedra, aliviando um pouco o calor. Enquanto a maioria está no campo
trabalhando, quem pode ficar é que vê treze Oficiais de um reino distante
adentrando as terras da aldeia camponesa, formalmente.
Montados, trazem consigo dezesseis cavalos, dois deles
guiando belíssima carruagem, um pouco empoeirada pela viagem, assim como eles
mesmos. Vestem-se como num cerimonial, com cavalos enfeitados, trajes
elegantes, vermelhos, com direito a distintivos e bordados. Seus chapéus
possuem uma grande pluma, ninguém nunca viu nada parecido por ali. Suas botas
pretas de cano alto causam estranheza na aldeia onde ninguém calça sapatos.
Àqueles que vão até suas portas para observarem
melhor, os estranhos fazem perguntas com a melhor educação, numa cortesia
ensaiada, num sotaque diferente, falando uma língua que ali ninguém conhece: o
idioma da formalidade. Assim que obtêm as informações necessárias,
agradecem e continuam sua marcha, se aproximando do local indicado.
Evelyn, junto às demais cuidadoras, quase todas
senhoras bem mais velhas que ela, faz plantão próxima à praça central. Ela
observa aquelas imponentes e estranhíssimas figuras irem em direção à sua
residência. Levanta e fica alerta, com o cenho franzido de preocupação: quem
são essas pessoas? O que elas querem?
Cedes lavava os pratos de barro, esperando os
filhos voltarem do trabalho. A envelhecida senhora observa os Oficiais pela
janela da cozinha. Admirada com a singular visão, vai esperá-los também na
porta.
Eles param em frente à mulher e um deles, esguio,
nariz grande e estreito, cabelos longos e escuros formados por centenas de
pequeninos cachos, que atende pelo nome de Ian Poler, a pergunta com muita
cordialidade, embora esteja exausto e derretido pelo calor:
– Com licença, minha senhora, chegamos a essa porta
depois de muito procurar. Será que poderias nos dar o consolo de ter uma
palavra com teu marido?
– Lamento, mas ele faleceu há dois anos.
Ele olha para os companheiros de ofício,
preocupado, tira o chapéu, sendo imitado pelos outros, e o suor de sua testa
mantém seus cabelos colados a ela. Volta a olhar à mulher:
– Sinto muito, minha senhora. Perdoa-me por ter
tocado em um assunto tão doloroso.
– Não se preocupe com isso. Dói menos hoje do que
ontem. O tempo acaba curando tudo.
– Tens razão. O tempo leva tudo consigo. As
alegrias e as dores. – sorri, mudando de assunto – Mas poderias dizer-nos se,
por um acaso, o nome de teu finado esposo seria Jason Mideline?
– Como sabe?
O Oficial sorri vitorioso. Tinham procurado esse
homem em todos os cantos de Elderwood, por todo o reino de Rohrand e de
Kophand... e no final das contas ele tinha ido parar em Mourões. Treze homens
esgotados de tanto buscar, com a língua cansada de tanto perguntar, poderiam
finalmente ter sua recompensa. Retoma a seriedade:
– Nesse caso, boa senhora, poderíamos falar com teu
filho? O teu sétimo.
O Oficial nem podia saber se Jason chegara a ter
sete filhos. Apenas torce por isso. A mulher faz suas contas na cabeça:
– Ah! Andy? O que ele andou aprontando, senhor? –
diz preocupada a ingênua senhora – Se for é só me dizer que ele vai ver! Vou
puxar a orelha dele!
Num suspiro de alívio, Poler explica:
– Não é nada disso, minha senhora. Nós viemos para
buscá-lo…
***
Ao fim da tarde chegam os filhos de Dona Cedes.
Falantes e rindo alto. Porém, assim que olham a porta de casa cheia de cavalos
emplumados junto àquela carruagem tão diferente das carroças com que são
habituados, calam-se imediatamente. Hesitam, não entram em casa ainda, por
receio.
As gêmeas rodeiam a carruagem:
– Eu já vi isso antes… – fala Samara – Sim,
nos livros de contos! É a carroça dos reis! – sorri empolgada.
– Mas o que está fazendo aqui? – estranha Andrew
que tinha, depois daqueles longos meses de rebelião, voltado aos poucos ao seu
comportamento normal assim como Dennis e Francis, e carregava as ferramentas do
trabalho do dia sobre o ombro.
Observando pela janela, os jovens veem estranhas
sombras bailando pela casa, criadas por lampiões. A voz de Evelyn lá
dentro soa incisiva, nervosa, como todos ali conheciam:
– Não! Não é justo! Eu não acredito! Tem alguma
coisa errada!
Heidi, que agora já tem oito anos de idade e tinha
acabado de iniciar sua vida de roceira, cria coragem para abrir a porta. É
surpreendida pela inesperada visão daquelas estranhas visitas sentadas na copa.
Chama a mãe timidamente, como faria um cabritinho:
– Mãe...
Cedes chega da cozinha alegre, trazendo biscoitos
do forno à lenha para os cavalheiros. Ao ver que os filhos chegaram, larga tudo
na mesa e corre para cima de Andy. Arranca-o do meio dos irmãos:
– Olhem, é este aqui! – diz orgulhosa – E vejam
como ele é bonito! É a cara do pai dele!
É, e ele é mesmo: um menino são, pele alva, cabelos
castanhos longos e desarrumados, lindos e assustados olhos verdes que mais
parecem o brilho do sol quando adentra a mata fechada.
Ian Poler sorri, levanta de sua cadeira e dirige-se
a ele respeitosamente. Abaixa-se e beija sua mão. O garoto não entende nada.
Ian apresenta-se, apresenta os outros, mas a situação não muda: o menino ainda
não entende e os olhos estão cada vez mais arregalados.
Tudo começa a ser claramente explicado:
– O senhor é um príncipe, assim como vossos irmãos.
Mas por ser o sétimo filho do sétimo filho de Lucius Hanrich Grimmard Mideline,
mais conhecido como Lucius III, sois o legítimo herdeiro de Seu trono. Tereis
algumas horas para arrumar vossas coisas e assim pegarmos a estrada sudeste
para mudar-vos para o Palácio de Pedra onde sereis apresentado à Sua Majestade.
O menino pensa, tenta, mas não acredita:
– O senhor está me dizendo que eu, um pobre aldeão,
sou um príncipe-herdeiro? Eu? Deve ser um engano.
– É! – Evelyn afirma, irredutível –É um
engano!
Ian Poler, apesar de parecer ser um homem muito
paciente, deixa um suspiro tenso escapar:
– Vossa Alteza podeis estar certo da veracidade e
da seriedade do fato.
– Mas como? – Andy comprime o rosto, agoniado – Eu
nasci aqui, e meu pai, ele… ele não é de...
– Elderwood, Alteza.
– É, Elderwood! – então lhe volta a ideia de que,
na verdade, não sabe nada, seu pai nunca contou nada sobre o lugar de onde
veio.
Seus olhos baixam ao chão por um instante: estava
descobrindo algo tão importante, algo que há tanto queria saber. As origens do
seu pai! Mas por que tinha que ser assim? Por que o preço disso era tão alto?
Por que tinha que levá-lo embora? Andy continua sua argumentação cada vez mais
aflito, pois ela é infundada e ele sabe disso:
– Meu pai e eu, nós… somos mouroneses, entende?
Desde sempre! – o garoto vai falando e andando para trás, até deparar-se com a
barreira de irmãos em frente à porta, todos tão atônitos quanto ele.
– Bem, na verdade não é bem assim. – explica Ian
Poler – Vosso pai nasceu sim em Elderwood. É filho de Lucius Mideline, mas
rompera com ele, mudando-se para esse – suspira – distante reino. Mesmo
assim, com o rompimento, ainda sois o legítimo herdeiro. Vireis conosco,
querendo ou não.
– Gosto daqui.
– Ora, não seja bobo, Andy! – empurra a mãe, não
querendo passar vergonha na frente de cavalheiros tão importantes – Você vai
gostar de lá. Eles vieram de muito longe atrás de você!
– Mãe, por favor, eu gosto de viver aqui, de ser
aldeão, de morar com a senhora, de ser livre! Será que ainda não percebeu? –
toma a frente dos irmãos, discursa seu grito de liberdade – Eles vão me vestir
como eles! Vou ter que usar sapatos!
Os Oficiais se entreolham e chegam a achar graça da
preocupação do garoto.
– Acalmai-vos, meu jovem – diz Ian, paciente – Se
considerais que pobreza é liberdade, talvez estejais certo. Mas estejais certo
também que muitos dos vossos irmãos gostariam de estar no vosso lugar. –
alguns, ao ouvirem isso não conseguem disfarçar uma ponta de inveja,
principalmente os mais velhos, ao que Poler continua – Vamos, Alteza, isso não
é uma opção. O reino de Elderwood precisa de vós.
Andy está irredutível:
– Por que agora – resmunga – se o Rei está vivo?
– Por que não agora?
– Porque eu sou uma criança, senhor… – Andy implora
com o olhar – Porque eu adoro ser criança… e ajudar minha mãe, e brincar com
meus irmãos… Eu não quero ficar longe deles… Por favor, nós perdemos nosso pai,
senhor, e já sofremos tanto… Não me faça perder todos de uma vez!
Os irmãos Mideline se unem, abraçam Andy. Evelyn e
Heidi o agarram com carência e a mais velha já sente os olhos molhados de medo
de perder seu último cúmplice da magia do mundo.
Os Oficiais se entreolham, sentidos pelo seu
trabalho exigir isso. O que era para ser uma busca a alguém que seguiria feliz
sabendo de sua fortuna e futuro poder acabou por se transformar quase num rapto.
Outro Oficial, já grisalho, Senhor Edgard Shantall, tenta continuar:
– Precisais ser treinado para assumirdes o trono.
Isso não se faz da noite para o dia, Alteza. Além do mais, é nosso dever
levar-vos daqui. Um dever de obediência ao Rei Lucius III assinado por todos
nós. Está além de nossa ou vossa vontade. E, por mais suave que esteja sendo
nossa abordagem, o não cumprimento desse dever se tornaria um crime.
Andy sente o peito apertar, sente dificuldade de
puxar o ar, tamanho o nó que começa a se formar em sua garganta. Quer ser
corajoso diante de seus irmãos e na frente desses desconhecidos, mas está
fraquejando, deixando a voz embargar:
– Não vão desistir, não é? – pergunta, já segurando
uma lágrima.
– Se o fizermos seremos punidos e sereis levado à
força por outras pessoas, não tão pacientes, tenhais certeza.
Já completamente rendido, baixa a cabeça e mergulha
no colo na mãe:
– E… e quantas horas eu tenho?
– Algumas, Alteza, – sorri o Oficial Poler –
quantas precisar.
Na verdade não dispunham de tantas assim, pois já
passaram muitos meses nessa procura por Jason. Poler e seus subordinados,
porém, não têm coragem de cobrar isso dele, afinal, que culpa ele tem por seu
pai ter fugido para tão longe? Devia temer, ou nem acreditar que esse dia
chegaria. Talvez pensasse que Lucius se esqueceria dele, desistiria quem sabe,
e que jamais mandaria resgatarem seu herdeiro. Talvez o fato de Jason ter
morrido tenha facilitado o trabalho dos Oficiais, pois certamente ofereceria
oposição ao pai quanto à sua exigência de levarem seu neto a Elderwood.
Já Dona Cedes, sozinha com onze filhos, parecia até
um pouco aliviada: não como uma mãe desnaturada que deseja livrar-se de uma
boca para alimentar, mas como uma mãe esperançosa que acha que pelo menos um de
seus filhos vai poder ter uma vida abastada e, assim, quem sabe, ajudá-los a
todos. Andy parece ler seus pensamentos quando coloca suas condições:
– Só vou se minha família tiver uma vida
privilegiada! Se o meu trabalho não lhes fizer falta nenhuma!
– Vosso desejo é uma ordem, Alteza. – numa longa
reverência, Poler pede aos outros – Tragam o ouro para cá e o cavalo dele.
– Que ouro? – pergunta Lenora arregalando os olhos.
– Que cavalo? – pergunta Andy surpreso, enquanto
seus irmãos dão passagem aos Oficiais.
– Vosso presente de boas-vindas. – responde outro
dos Oficiais, chamado Lemond.
Todos vão para fora. Lá está ele: um puro sangue
branco com a crina frisada como uma obra de arte. Sela preciosamente trabalhada
em couro – coisa que ecklacianos não usam – e arreios trançados em várias
cores, completando a estupenda visão. Está um pouco empoeirado pela viagem, mas
ninguém repara. Andy abre a boca:
– Meu? Esse cavalo é meu? Eu não mereço
isso, por favor... – e corre para acariciar sua pele alva e macia.
Um graúdo baú de ouro é deixado no quarto da
mulher, causando uma certa petrificação nos moradores da casa.
O amanhecer do dia seguinte é o prazo dado para
Andy arrumar-se e despedir-se. Os Oficiais do reino distante então se retiram e
começam a montar o acampamento atrás da casa. Usam lona pesada, bem neutra,
diferente dos seus vistosos uniformes, não deixando, porém, de atrair imensa
curiosidade dos vizinhos.
A família se reúne ao redor do ouro, os olhos
faiscando. Heidi pega um punhado na mão:
– Então é assim que ele é? Quanto vale isso?
– Preferia que tivessem trazido livros… – reclama
Andrew.
– Cala a boca, idiota – diz Felix, quase ofendido –
isso compra pilhas e pilhas de livros!
– Vamos gastar com quê? – Lenora olha para todos,
ansiosa.
– Vamos dividir com a aldeia. – fala Evelyn,
incisiva – É o certo.
Nesse momento todos se entreolham e surge, pela
primeira vez, o egoísmo latente naqueles corações. Dividir com os vizinhos? Mas
eles são os únicos Mideline da aldeia... São questões novas que eles
teriam que aprender a lidar. Quando todos souberem do ouro, sugestões é o que
não vão faltar.
Andy não acompanhava isso. Embora estivesse junto
deles no quarto da mãe, ele permanece sentado na cama, abraçado às pernas, os
olhos abertos e distantes. Pensava em seu pai, nos motivos dele. Pensava para
onde iria e na saudade que sentiria das vozes daqueles que ama. De cada um
deles. Estica o pescoço para olhar para a janela do quarto, a mesma onde Evelyn
viu os Elementais virem buscar o pai deles há dois anos. Sentirá falta deles
também…
Naquela noite não é oferecido a Andy o seu lugar de
sempre no beliche e sim o lado onde seu pai dormia na cama de casal tão dura e
desconfortável onde foi gerado. Para ele, porém, parecia o paraíso. É rodeado
pelas suas mulheres mais especiais: a mãe e suas irmãs Evelyn e Heidi. Até os
cachorros foram permitidos no quarto e dormiram solenemente aos pés da cama.
Andy chorou em silêncio até ser derrubado pelo sono de quem trabalhara com
ardor aquele dia inteiro, como achava que trabalharia até o último dia de sua
vida.
O lindo amanhecer de Ekclacia, com seu céu imenso,
quase infinito, é registrado pelos olhos verdes do menino que sabe a saudade
que sentirá dessa paisagem. A mãe chora emocionada e os irmãos ficam em
silêncio na sua partida. Recebe um abraço de cada um e precisa consolar Heidi,
que soluça muito:
– Acalme-se, irmãzinha. Eu não estou morrendo,
pequenina, não é o fim. Só vou para um lugar onde as pessoas se vestem engraçado,
só isso. – a brincadeira arranca um suspiro da menina que lhe dá um último
abraço apertado.
Evelyn não é um poço de carinho, mas tem os olhos
permanentemente úmidos, desde que aqueles homens estranhos anunciaram que
levariam seu garoto maluco embora. Aquele que a ensinou tanta coisa nesses dois
anos e matou de vez sua ideia de ir embora de lá. Que ironia… Agora era ele que
partia, aquele que amava Ecklacia e parecia ser o aldeão mais satisfeito do
mundo. Ele deve estar sofrendo tanto:
– Não se esqueça de nós… – ela pede, com os lábios
comprimidos.
– Jamais. – ele responde, sem saber se falava dela
e do resto da família, ou se se referia aos outros.
A todos, talvez. Ele não se esqueceria de ninguém.
Andy entra finalmente na carruagem, tão luxuosa que
sente como se não devesse estar lá, como se isso fosse de alguma forma proibido
para um pobre sujo como ele. Sim, ela é linda, com seus estofados de veludo
vermelho, entalhes nas paredes, baús de madeiras tão nobres que não têm poros
nem veios. Desliza as jovens mãos calejadas por aquelas superfícies tão
estranhas a ele, até sentar finalmente no estofado, junto à janela, enquanto os
cavalos que guiarão o veículo terminam de ser selados e o cocheiro já começam a
atiçá-los.
Parte quieto, pensativo. Imagina o que encontrará
lá naquele que conhecia apenas como o segundo maior reino do mapa. Com que tipo
de gente terá que lidar, em que cama irá dormir... Não é a primeira vez que sua
vida muda assim, de repente. A outra vez foi quando encontrou o tornado. Nada
mais foi o mesmo depois daquele dia.
A paisagem que tanto ama vai ficando para trás,
seus irmãos e vizinhos correm atrás da carruagem, acenando. Essa visão deixa o
garoto desesperado, ele comprime o rosto, soluça. Comenta ressentido com Poler
que cavalga ao seu lado:
– Me tiraram tudo que eu amo! E agora?
O Oficial o olha, enquanto se equilibra elegante na
sela do garanhão castanho:
– Eu nunca imaginei que fosseis reagir assim,
Alteza. Tenho que admitir que estou surpreso. O futuro aos Deuses pertence,
estou apenas cumprindo meu trabalho que, confesso, pensei que fosse ser bem
menos angustiante para o meu coração.
– Eu não sei nem para onde eu vou… – suspira, com
os olhos tristes.
– Então como sabeis tanto que não vais gostar? –
tenta animá-lo, enquanto o cavalo impetuoso que guia precisa ser controlado
para seguir o ritmo exato da carruagem.
– Não sei. Só sei que gosto da minha aldeia.
Poler sorri, achando graça de uma resposta tão
singela. Andy apoia-se na pequena janela da carruagem e pergunta pensativo:
– Por que meu pai nunca me contou que era um
príncipe? Por que nunca disse que veio de Elderwood?
– Não sei, meu jovem, não poderei vos responder. Só
sei por parte do rei que eles brigaram e Jason fugiu. Tinha dezessete anos. Por
quê? Não sei. Para onde, só descobri agora.
– Então meu avô é um homem ruim.
– Achais? – levanta as sobrancelhas, surpreso.
– Meu pai não brigava à toa.
– O meu também. Mas brigava comigo e eu sou uma
pessoa adorável! – ri-se o Oficial.
Andy também sorri, espera. Fica olhando para Poler
e ri de um jeito preocupado:
– Mas ainda não disse que meu avô é bom.
Os dois dão risada e se olham com cumplicidade.
Poler está fazendo o melhor que ele pode e Andy sente isso. Não pode assegurar
seu futuro.
Aquele homem nasceu achando que para qualquer
pessoa ser rico e poderoso bastava. Enganara-se, pelo jeito. Ele nota que tem
uma gema preciosa nas mãos e que o menino, sem querer, está contando com ele
para ajudar-lhe nessa nova fase.
Poler não é tão jovem, nunca teve filhos, sequer esposa. Sempre foi
muito profissional e solitário. Alguém dedicado ao trabalho que abriu mão de
muitas coisas para chegar aonde chegou. Está naquela fase em que se pergunta se
tudo isso valeu a pena. Aqueles astutos olhos verdes talvez lhe respondam.
3 comentários:
Eeee Adoro Elementais!! Muito legal!!
EU SIMPLESMENTE AMO ESTE TIPO DE LEITURA.JÁ LI VÁRIOS LIVROS COM DIFERENTES CONTOS E NADA SE COMPARA A ESTE CONTO DESTA AUTORA M. MATIAZI, POIS ELA TEM A CAPACIDADE DE NOS PRENDER A ATENÇÃO DE UM JEITO DE NÃO QUERER PARAR E QUERER MUITO SABER COMO VAI SER O PRÓXIMO CAPÍTULO. TAMBÉM ESTA CAPACIDADE DE DESCREVER CADA PERSONAGEM EM SEU HABITAT COM DETALHES TÃO PERFEITOS QUE DÁ IMPRESSÃO QUE ESTAMOS LÁ COM ELES.
ESTOU ANSIOSA PELOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS. VANDA
Adorei a cena deles rimando pra chamar os elementais! Foi uma fofura, hahahahaha!
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